“Nós, bispos do RS vamos tomar as medidas necessárias para que haja maior respeito para com a Igreja Católica”
Dom Antônio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen, no RS, denunciou as medidas adotadas pelo governo do estado, que “pretendem culpar a Igreja pela situação em relação ao aumento de casos do COVID 19”.
Segundo o Protocolo de Distanciamento social do estado, apenas 10 % da Igreja pode ser ocupada, ou apenas 30 pessoas nos locais de culto. “Esta generalização é absurda e inaceitável”, afirmou o bispo.
A proibição de que haja “distribuição de alimento e bebidas” pode também configurar-se em uma abusiva intervenção no Direito Litúrgico, alertou o bispo, “já que pode significar a arbitrariedade de se impedir a distribuição da Sagrada Eucaristia”.
“Nós, bispos do RS vamos tomar as medidas necessárias para que haja maior respeito para com a Igreja Católica”, finalizou o bispo.
Apoio ao bispo
Professor Felipe Nery, referência em educação católica no país, compartilhou a denúncia do bispo em seu instagram como forma de apoio a Igreja e alerta aos bispos do Brasil.
“Atenção senhores bispos do Brasil: assim como nos impediram a participação na celebração da Páscoa, querem nos impedir a celebração do Natal. Não cedam a tal invasão de poderes, pois Nosso Senhor já disse que devemos dar a César somente o que é dele e jamais o que é de Deus. Parabéns @dom_antonio_carlos pela manifestação. Que muitos bispos possam ter a fibra de Santo Ambrósio, que colocou o próprio imperador romano em seu devido lugar quando isso se mostrou necessário. Governadores e prefeitos não são nossos pastores e não receberam esse múnus da Igreja. Atenham-se ao seu próprio raio de ação e deixem a Igreja em paz”.
Perseguição religiosa
Em 28 de novembro missa de Crisma foi interrompida em Botuverá, município do interior de Santa Catarina, pela polícia. O bisbo da região, Wilson Tadeu Jönck, comparou o ocorrido aos que ocorrem em regiões onde cristãos são perseguidos abertamente.
Medidas adotados pelo RS
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado, foram registrados até o momento 326.425 casos confirmados de Covid-19 no Rio Grande do Sul, com 6.900 mortes. A taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 81,2%.
Frente ao aumento do número de casos infecção por coronavírus, o governo do Rio Grande do Sul adotou novas medidas e suspendeu temporariamente o sistema de cogestão, que permitia as prefeituras a adotarem restrições mais brandas. Desde terça-feira (1), 19 das 21 regiões Covid do estado passaram para bandeira vermelha, de alto risco epidemiológico.
Segundo informa o site do governo do RS, “as novas restrições à circulação de pessoas e a suspensão do sistema de cogestão do Distanciamento Controlado devem durar duas semanas, mas, se for necessário, não está descartado a prorrogação do prazo ou alteração dos protocolos”.
Entre as medidas estabelecidas pelo governo, algumas dizem respeito a “Missas e serviços religiosos” e determina a participação de no “máximo 30 pessoas” ou “10% da lotação”.
Além dos protocolos gerais como uso de máscara, álcool em gel, distanciamento, ventilação natural, também proíbe “o consumo de alimentos e bebidas”.
Com informações: Aci Digital